Alunos e visitantes assistindo filme “A Invenção de Morel”. (Foto: Clarissa Zuza)
Teve início nesta segunda-feira, dia 8 de dezembro, a Semana de
Literatura na FAPSP (Faculdade do Povo – São Paulo). Evento organizado
por professores e alunos da instituição com o objetivo de promover
discussões e reflexões sobre temas inseridos em grandes obras
literárias.
Esta primeira edição do evento tem como tema “O ser humano ilha”.
Trazendo para a pauta de debates fenômenos presentes na vida dos seres
humanos: o isolamento, a solidão e a incomunicabilidade.
Para
compreender essas situações, foi escolhida uma obra em especial, que
contracena e dialoga com as demais a serem apresentadas ao longo da
semana, “A Invenção de Morel”, do escritor argentino Adolfo Bioy
Casares, que virou filme em 1974 e exibido na abertura deste evento
literário.
Aos 26 anos de idade, este foi o primeiro romance Casares,
considerado uma obra de ficção científica, repleta de elementos
fantásticos. O leitor acompanha um homem que, condenado por motivos
políticos, isola-se em uma ilha deserta, conhecida por ser foco de uma
epidemia letal. Lá encontra máquinas misteriosas e um grupo de turistas,
que aparentemente não tomam conhecimento de sua presença. O refugiado
apaixona-se por uma das mulheres, tenta conversar com ela, porém esta se
apresenta incomunicável, e logo descobre Morel, inventor de uma máquina
de imagens que reproduz realidades passadas.
Após a exibição do longa-metragem baseado na história escrita por
Casares, o Prof. Francisco José Nunes fez uma análise do filme e do
livro. O professor ressaltou que o livro foi escrito no período que
precede a 2ª Guerra Mundial, época em que a Europa vive uma convulsão
social e política, em oposição à ilha deserta no Pacífico, cenário do
livro. Ao mesmo tempo trata-se de uma crítica ao “desenvolvimento
científico” sem critérios éticos. O livro é pioneiro no gênero que ficou
conhecido nas décadas seguintes, na Literatura latino-americana, por
“realismo mágico” ou “realismo fantástico”.
Esta obra, publicada em
1940, repercute no Século XXI ao abordar conceitos, tais como:
hiper-realidade, virtual, simulacro, convergência das mídias e
biopolítica.A Semana de Literatura na FAPSP segue até a próxima sexta-feira
(12/12), com a apresentação dos filmes “A Terceira Margem do Rio” e “O
Conto Chinês”, o documentário “José e Pilar”, o Sarau de Poesia e
instalações que reproduzem o ambiente do livro “A Invenção de Morel”.
PARTICIPE!
FONTE:http://www.fapsp.com.br/home/semana-de-literatura-da-fapsp-obra-de-casares-e-destaque-1o-dia-evento/
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