GUIMARÃES
ROSA E O UNIVERSO INTERIOR
Por: Ayrton
Chagas (2º Semestre de RTVI – FAPSP)
O conto
"A Terceira Margem do Rio", de Guimarães Rosa, foi o grande estopim
para mais uma noite de debates a cerca do tema "O Homem Ilha". Este
terceiro dia (10/12) da Semana de Literatura da FAPSP (Faculdade do Povo - São
Paulo), contou com a participação de um convidado, o Prof. Antônio de Jesus Rocha,
Bacharel em História pela Universidade de São Paulo (USP) e professor de História
na Rede Estadual de Ensino, em Embu das Artes e ativista do movimento negro “Círculo
Palmarino”. Também participaram no debate os docentes da FAPSP, Francisco José
Nunes, organizador do evento, e Sergio Bars,
Mestre em Comunicação e Mercado pela Faculdade Cásper Líbero.
Trazendo
ao público mais uma grande obra da literatura, o Prof. Sergio Bars realizou a
leitura deste conto de nome enigmático, por não apresentar lógica no mundo da
razão, lançado em 1962 no livro "Primeiras Estórias", de Guimarães
Rosa. O conto retrata a decisão repentina de um pai de família do interior do
país, que manda construir uma canoa e nela passa a habitar a enigmática "terceira
margem do rio". A enunciação do narrador, seu filho, busca explicação para
o acontecido, também se envolve com a grandiosidade do rio, tanto física como
espiritualmente. A todo o momento expressa seus sentimentos, a vastidão de
pensamentos e reflexões sobre si e seu pai, dialoga com a busca do subjetivo
humano e expressa a visão e reação humana, ao deparar-se de maneira incrédula com
a dura realidade da vida.
Após
a leitura do conto, o público assistiu a versão cinematográfica desta obra, produzida
em 1993 pelo diretor Nelson Pereira dos Santos, figura importantíssima para o
cinema brasileiro, por trazer para as telonas, verdadeiras obras primas da
literatura. O filme reúne trechos de outros quatro contos de João Guimarães
Rosa, são eles: "Menina de Lá", "Fatalidade", "Sequencia"
e "Os
irmãos Dagobé ", adaptados para falar do contraste entre o
Brasil rural e o urbano. Em seguida aconteceu a sessão de debates entre
professores e alunos.
Destacando
a importância do legado de João Guimarães Rosa, os mestres ressaltaram que o
escritor mineiro trabalhou com a língua e a linguagem em sua origem, em sua
essência, sendo um grande pesquisador do interior, apresentando em suas obras
musicalidade, descrição do ambiente rural e criação de palavras através da
junção de descrições.
Para
encerrar a noite, o Prof. Francisco Nunes perguntou para os debatedores:
"Por que ler Guimarães Rosa”? O professor Antônio de Jesus Rocha disse que
devemos ler as obras do escritor mineiro para podermos ir além do ser humano
superficial, para compreendermos a importância pela "buscar do eu",
entender o nosso lado subjetivo. Já o professor Sergio Bars destaca que Guimarães faz o leitor
"mergulhar"no universo cultural das linguagens e que ler a sua obra é
fundamental para humanizar as pessoas. O organizador da semana literária,
Francisco Nunes reforçou o objetivo do evento: proporcionar um ambiente
agradável e criativo para os estudantes e convidados entrarem em contato com
importantes obras da literatura brasileira, da América Latina de língua
espanhola e da literatura de Portugal.
A
Semana de Literatura na FAPSP segue até a próxima sexta-feira (12/12), com
grandes apresentações, como o filme "O Conto Chinês", o documentário
"José e Pillar" e instalações que reproduzem o ambiente do livro
"A Invenção de Morel". PARTICIPE!FONTE :http://literaturanafapsp.blogspot.com.br/2014/12/guimaraes-rosa-e-o-universo-interior.html
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